quinta-feira, 20 de outubro de 2011

                  Encontro Brasileiro de Animação Bíblica da Pastoral
                                                                                                            Luiz Francisco da Silva

Entre os dias 08 e 11 de outubro, na cidade de Goiânia/GO, aconteceu o I Encontro de Animação Bíblica da Pastoral, com a participação de 15  bispos, 80 padres, diáconos, religiosos e religiosas e leigos das diversas pastorais, especialmente da catequese, representando  todos os regionais, sendo aproximadamente 550 participantes. Organizado e conduzido por Dom Jacinto Bergman, Ir Cecília, Ir Nery  e demais assessores da Comissão Episcopal Pastoral para Animação Bíblico-Catequético, o Congresso teve como lema “A Palavra de Deus é Viva e Eficaz” Hb 4,12, com a  mesa  temática “Pastoral Bíblica e Animação Bíblica no Brasil”.
Durante seu acontecimento, várias conferências,  de excelente nível, animaram os presentes com a luz da Palavra; conferências com as seguintes temáticas: “A Igreja num mundo de mudanças”, proferida pelo Pe. Joel Portella Amado, doutor em teologia sistêmica; “Jesus, A Palavra Anunciada, A palavra Encarnada”, por  Francisco Orofino e Carlos Mesters; “A Palavra Preparada” proferida pelo leigo Valmor da Silva; “Palavra Vivida e Celebrada”, pela Ir Lucia Weiler (IDP); “A Pastoral na vida da Igreja”:- Repensando a Missão Evangelizadora em Tempos de Mudança;  pelo teólogo Agenor Brighenti; “A Palavra de Deus é Viva e Eficaz” por dom Juventino Kestering, bispo de Rondonópolis; “Da Pastoral Bíblica à Animação Bíblica de toda a Pastoral”: do Concilio aos nossos dias, pela Mercedes de Budallés Diez;  “Pastoral Bíblica e Animação Bíblica no Brasil” conferência proferida pela Ir Maria Aparecida Barboza, ICM; “Em que consiste a Animação Bíblica da Pastoral, como é possível organizá-la e implementá-la”, por Katiuska Cáceres Pavez, e por último a conferência com o tema “A Animação da Pastoral Bíblica”, dom Jacinto Bergman.
Nas conferências, nas atividades em grupo, nos encaminhamentos, permeou como fio condutor a necessidade da Igreja refletir sobre a realidade posta à sua frente, numa época de mudanças e de “mudanças de época”, onde os valores se invertem, muda-se o critério de julgamento, isto é, aquilo que estava no centro anteriormente, rapidamente é colocado de lado e aquilo que era periférico passa para o centro das atenções, onde o sentido da vida é deixado para o segundo plano, pois tudo está associado ao comportamento do individualismo e do consumismo da vida moderna, do homem pós-moderno. Numa sociedade  marcada pela substituição do duradouro, do eterno, pelo passageiro, pelo transitório, pela perda de identidade das pessoas, de mudanças no perfile e relação das famílias, pela dificuldade de definir fé, religião e religiosidade, onde afeta não apenas o ver, mas o julgar e agir. Num contexto onde a religião perdeu a memória; não se relaciona com o passado e há muitas dificuldades de se relacionar com o futuro, e sim,  presa apenas ao presente, ao hoje. Dessa maneira o sucesso da Igreja das curas, dos prodígios, das multidões, etc,  do perigo de dois extremos, isto é, achar que apenas as coisa da atualidade são boas porque são modernas, negando as do passado, as experiências de caminhada de outrora, ou,  que no presente nada é bom apenas nos tempos de antigamente as coisas eram boas e funcionavam, da compreensão fundamentalista da Palavra.
É nesta realidade desafiadora da qual a Igreja está inserida, onde a pergunta que se faz às pessoas é: “quem é você?”, que a Animação Bíblica da Pastoral aparece, não como uma nova pastoral nem como mais uma sigla ou modismo do momento, mas como uma exigência fundamental de nossa fé, incentivando ao retorno às fontes do Evangelho para encontrar respostas às indagações de nossa realidade de conflitos.
Nas palavras de Francisco Orofino, “não pode trabalhar com a Palavra, quem não se deixa agir pela Palavra”. Logo,  todo ministro ordenado ou leigo, religiosos, agentes de pastorais e todos de modo geral, não somente deve deixar-se levar suas ações pelas Sagradas Escrituras, como dedicar suas forças num compromisso de entender, construir e assumir  uma viva e eficaz animação bíblica da pastoral. Animação esta que necessariamente vai junto com a Iniciação à Vida Cristã, não apenas de crianças, mas de jovens e adultos. Uma iniciação que deve ter como essência, não a doutrina nem a inserção em pastoral apenas, mas sim, a conversão, o real encontro com Nosso Senhor Jesus Cristo e com isso assumir sua missionariedade dentro de um processo real de conversão, pois As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora no Brasil nos orienta que a “Igreja: é o lugar de animação bíblica da pastoral”.
Lá estive, representando nossa diocese, pela Pastoral Bíblica, e presenciei  o fervor de uma Igreja plural que busca encontrar caminhos frente a realidade que nos é posta, que busca refletir suas ações para que se torne cada vez mais uma igreja acolhedora, com pés no chão num entendimento reflexivo das Sagradas Escrituras, partindo da realidade da comunidade e assumindo compromissos de evangelização para a construção do Reino de Deus.  O objetivo deste congresso foi retomar a discussão sobre a caminhada da Igreja no Brasil refletindo sobre temas de suma importância como a pastoral  orgânica e de conjunto, a iniciação à vida cristã e a importância da Animação  Bíblica nas pastorais, tornando o caule destes ramos que são as nossas pastorais, ainda mais, a seiva que alimenta, através da Palavra de Deus, todos esses ramos, ou ainda, a alma, o coração de todas as pastorais, tendo como centro as Sagradas Escrituras. 
Nos encaminhamentos finais, no último dia do congresso, o Sul I, avaliando a magnitude e importância da temática deste, assumiu através dos presentes e destes uma pré-comissão que ficou encarregada de  elaborar uma carta sensibilizando dom Vilson, bispo referencial  da Catequese, e colocar na Assembléias das Igrejas, em Itaici, nos dias 16,17/10/11, o debate para que seja realizado um congresso, com o tema Iniciação à Vida Cristã e Animação Bíblica, a nível de São Paulo, em setembro de 2012, para que mais representantes das dioceses do Regional Sul I (Estado de São Paulo) possam participar.


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